domingo, 20 de fevereiro de 2011

Fui contactada por um jornalista

Na sexta-feira fui contactada por um jornalista. Convidava-me para ir a um programa televisivo falar, na qualidade de desempregada. Sinceramente, não consulto o email, que criei para o Memórias, tão pouco o Facebook várias vezes ao dia como faço com o meu pessoal. Respondi tarde demais. Só espero que o desempregado que vá fale de alguns aspectos que gostaria abordar se tivesse respondido antes. Aspectos esses pouco conhecidos de muitas pessoas, sobretudo daquelas que nunca enfrentaram uma situação destas...

Iniciei o Memórias para desabafar e divulgar alguns aspectos relacionados com o desemprego, em especial os episódios insólitos a que estamos sujeitos nas entrevistas, por exemplo. Não pretendi descurar algumas situações ocorridas na pele de empregada. Nunca pensei que com isto fosse suscitar o interesse de alguém ao ponto de ser convidada a comparecer num programa televisivo, para falar sobre como é estar desempregada. Ainda bem. É verdade que a canção dos Deolinda e as diversas 'manifs' agendadas para Março sensibilizaram os meios de comunicação para um assunto que afecta um sem número de portugueses.

Nós, desempregados, somos lutadores. Não nos resignamos a um subsídio, quando efectivamente temos direito. Queremos trabalhar e ter direitos em troca. Algo que está a desaparecer. Falo por mim e mais uns tantos do meu círculo de amizades e conhecimentos: quando voltamos ao mercado de trabalho, por norma, é em condições precárias, sem direito a férias, subsídios ou 13.º mês. Descontamos do nosso bolso para a Segurança Social e pagamos nós próprios o IRS mensalmente. Ou seja, somos admitidos a Recibos Verdes.

Mais tarde ou mais cedo, o tema vai perder o destaque que está a ter agora nas agendas das estações de TV, das rádios e dos jornais e revistas. É normal que assim seja. É, porém, imperioso manter na superfície este tema que afecta não apenas uma geração mas várias gerações.

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