segunda-feira, 16 de maio de 2011

Quem é que se lixa, quem?

Para além do Zé Povinho, os desemprecários também, como é óbvio... refiro-me a este limbo que é o período de campanha eleitoral, durante o qual se lava roupa suja diplomaticamente, se visita esta e aquela feira, se apertam mãos, se promete muito para depois cumprir pouco.

Finda a dita e apurados os resultados, é tempo de festejar a vitória e digerir a derrota. Os Santos Populares vêm, pois, a calhar! Depois da festa, urge definir prioridades, entre as quais o encaixe de boys... Entretanto, chega Agosto e com este as férias - o merecido descanso de vencedores e vencidos. Em Setembro começamos lentamente a comprovar que após resumir e baralhar está tudo na mesma ou pior :)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Hoje saltou-me a tampa

Ainda a propósito dos falsos anúncios de emprego e/ou trabalho, vulgo aqueles que pedem estagiários e trabalhadores a custo zero... hoje deparei-me com mais um que me deu vontade de rir. Não pedia estagiário. Usava termos mais simpáticos. Indicava que era um projecto vendável e, como tal, a remuneração dos potenciais candidatos era apenas discutida depois de venderem o projecto. Ou seja, iam tendo o trabalhinho feito a custo zero.

Não pediam estagiário, mas pediam mão-de-obra grátis. Saltou-me a tampa, divulguei o anúncio numa espécie de fórum e uma das pessoas que me respondeu enviou para o site um email. Baseada nesta atitude pró-activa, elaborei também eu uma resposta, que aqui transcrevo:

«Acompanho o vosso trabalho desde o início e ultimamente, cada vez mais, aparecem anúncios que pretendem mão-de-obra gratuita. Gostaria de apresentar uma sugestão, que facilita a vida a quem de facto procura emprego e trabalho, nomeadamente a criação de uma secção para o trabalho "voluntário".»

Aproveito para lançar um desafio a quem me lê: escrevam estas ou outras linhas para sites que (ab)usam destes anúncios! Vá lá... :p

quinta-feira, 5 de maio de 2011

E a lata continua...

... e com esta história do FMI parece que ainda aumentou! Pelo menos atiçou ainda mais a vontade de ter por perto, nada menos nada mais, que um estagiário.

Como já vem acontecendo há largos meses, também nos últimos dias desfilaram perante o meu olhar diversos anúncios a pedir "escravos", vulgo estagiários. Hoje, um desses anúncios conseguiu fazer com que risse, embora que amarelamente.

Convido, pois, a espreitar o dito, mas cuidado que podem vomitar... Tem expressões interessantes como "dar o contributo de forma gratuita". O auge, todavia, é quando referem que "o trabalho será para ser realizado a partir de casa não sendo necessária qualquer despesa da parte do colaborador".

De facto, para além de ser uma frase mal construída, denota uma falta de respeito por quem trabalha para (sobre)viver.

E a mão-de-obra é o quê, pá?

Cambada de imbecis com neurónios em vias de extinção...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Subsídio para independentes (falsos recibos verdes)

Fiquei contente com esta história. Não é tudo, mas é alguma coisa. Digo-o porque sofri na pele as consequências de ser um falso recibo verde.

Trabalhei como falso recibo verde e ao levar um pontapé no rabiosque, sem como nem porquê, constatei ter ficado com uma mão à frente e outra atrás, como se costuma dizer.

Traduzindo: apesar de cumprir horário, utilizar as instalações e o equipamento da empresa e ter chefia, não tinha contrato de trabalho nem os direitos inerentes. Só tinha deveres e nada mais. Esta medida dá acesso ao subsídio de desemprego a quem é dispensado, descartado e empurrado da empresa para a rua.

Com esta medida não se combate a ilegalidade que é trabalhar a falsos recibos verdes, mas pelo menos revela reconhecimento da dita. Além disso, confere um direito a quem só tem deveres.