quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O regresso da alucinada

Ainda hoje recordo esta entrevista. Na verdade, recentemente avivou-se ainda mais na minha memória! Isto porque no final de Julho recebi uma chamada da dita empresa. Recorde-se que a entrevista foi em Abril último. Ligaram a dizer que fui seleccionada. Não resisti a perguntar porque demoraram estes meses todos, ao que me responderam que o processo tinha ficado congelado. Ainda ao telefone, perguntaram se tinha disponibilidade imediata e marcaram de seguida uma reunião onde era suposto tratar de questões burocráticas, entre elas a definição de um dia para lá estar 4 horas à experiência. Não tivesse eu tido a experiência com a alucinante entrevista, teria considerado para lá de estranho essa proposta das 4 horas à experiência.

Como o dia 1 de Agosto estava próximo, a reunião foi marcada para o dia seguinte, ao final da manhã. E lá fui eu a pensar que iria começar a trabalhar a full-time num novo poiso no primeiro de Agosto. Lá chegada, sou recebida pela alucinada da outra entrevista. Resultou em mais um encontro um tanto ou quanto estranho em que nada aconteceu conforme me foi dito ao telefone. Segundo a alucinada, ainda estava indecisa e perguntou-me nada mais nada menos sobre música e concertos. Queria saber que concertos é que escolheria para ir nos próximos tempos. Como me apanhou de surpresa, sorri e disse que não sabia a que concertos iria. Ela insistiu e falou em festivais de verão. Para acabar com aquele circo respondi, sem pensar muito, que iria ao Festival do Sudoeste.

Após olhar intensamente para mim, depois da minha resposta, perguntou se tinha disponibilidade imediada. Depois saiu-se com esta e passo a citar: "Então e ficava chateada se a chamassemos só para umas semanas?". Respondi que não e dai tirei as conclusões de que andavam era à procura de quem fizesse as férias de quem foi seleccionado em Abril, altura da primeira entrevista... Ainda mencionei a experiência de 4 horas de que me falaram ao telefone mas fez que não ouviu.

Despediu-se e disse que me diria algo no dia seguinte. No dia seguinte ligou e sublinhou de imediato que ainda estava indecisa, mas que queria saber se eu me importava de ir um mês apenas e que após esse mês iria entrar uma pessoa altamente qualificada e que provavelmente não iria ter trabalho para mim e para a dita pessoa altamente qualificada. Senti-me como uma personagem do Kafka.

Baralhada com toda aquela indecisão e sobretudo com uma tremenda falta de confiança, respondi que queria trabalho duradouro e garantido para mais de um mês. A alucinada voltou a sublinhar que ainda não sabia se seria eu a escolhida e que me voltaria a ligar e depois rematou com a seguinte afirmação: "Você quer aproveitar o calor, não é? Bom já lhe ligo". Agradeci e nem comentei aquela tirada do calor. Não ligou.