quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quer trabalhar? Tem de pagar!

A minha primeira entrevista, após a última vez que fiquei desempregada, foi um must. Digna não apenas de nota mas de umas boas gargalhadas.

Aconteceu em Agosto, algures em Lisboa, muito próximo do Largo do Rato. Diziam ser uma associação sem fins lucrativos, com imenso trabalho e cheios de vontade de fazer isto e aquilo e mais aquilo. Mostraram que estavam a recrutar várias pessoas. Achei interessante e ficou acordado um dia e uma hora.

Cheguei lá e percebi que a pessoa que me ia entrevistar não estava. A dita ligou para o escritório para chegar à fala comigo. Sugeriu outro dia. Reforcei que me dirigi ás instalações de propósito e que poderia esperar. E assim foi. Estive à seca 1 hora.

A entrevista foi hilariante e com direito a desenhos e tudo! A entrevistadora começou por dizer que os cv não interessavam para nada, que tinha imenso trabalho e que necessitava de pessoas para o desenvolver. O monólogo já ia longo e deveras confuso quando a interrompi e disse:

"Mas, afinal, está interessada na minha colaboração para quê? Objectivamente o que iria fazer?"

"Trabalho há muito. Demais até, mas tem de pagar quotas para lhe dar trabalho", respondeu a senhora, que prosseguiu com o monólogo, agarrou numa folha e começou a desenhar um esquema muito parecido à pirâmide. Porém, havia uma diferença. Nas suas palavras:

"Haverá um 'bolo', que será dividido por todos. Todos vão ganhar o mesmo."

UAU! Que esquema tão interessante. Acabei de ouvir o monólogo, acenando sempre com a cabeça, mantendo um sorriso e emitindo "ã-ã" de quando em vez. Terminada a "entrevista", a senhora diz-me o seguinte:

"Vou então enviar-lhe o meu NIB para fazer a transferência bancária para começar a receber trabalho".

"Ok", respondi, despedindo-me e agradecendo a oportunidade.

Mas o que é isto? Pagar para trabalhar? Sem palavras...

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